TTzada

A prática do todo terreno é uma actividade desportiva.

O todo terreno turistico é a única actividade desportiva em que todos os participantes jogam na mesma equipa.

Circular em grupo fora de estrada exige um elevado espirito de corpo, e entreajuda entre os participantes, para alcançar o objectivo com o grupo completo.

Nesta actividade o desafio joga-se entre a equipa e as adversidades que o grupo se predispõe a ultrapassar.

Não se joga contra o tempo nem com adversários.

Defenir o objectivo, traçar metas e defenir a estratégia para o percurso são partes integrantes do jogo.

Circular em caravana, com segurança, exige que se respeitem as normas de conduta establecidas para o efeito.

A primeira regra, para manter a coesão da caravana, é nunca perder de vista o carro de trás. O condutor deve vigiar sempre, através do espelho rectrovisor, a viatura que o segue. Caso verifique que a viatura de trás se atrasa, deve abrandar ou parar, e avisar a viatura da frente através de sinais de luzes ou sonoros. Caso esteja equipado com rádio emissor deve colocar o aviso no ar para informação de toda a caravana.

Os obstáculos devem ser ultrapassados por uma viatura de cada vez. Após ultrapassar um obstáculo o condutor não deve parar sem garantir que deixou espaço suficiente, entre a sua viatura e o obstáculo, para que os veículos que o seguem possam ultrapassar o obstáculo em segurança.

Em declives acentuados, especialmente com piso solto, não se deve iniciar o trajecto antes de o carro da frente ter terminado.

A correcta manutenção das viaturas é um aspecto muito importante para que a caravana possa alcançar o objectivo dentro do plano establecido.

As avarias mecanicas, que facilmente poderiam ser evitadas com simples operações de manutenção, são uma forma de prejudicar a equipa por desleixo do condutor. Os excessos de condução desnecessários, que conduzem à imobilização da viatura por avaria ou atolamento, são outro aspecto a evitar para não prejudicar o andamento da caravana.

Embora se trate de uma questão de bom senso,
este resumo das regras básicas, aceite internacionalmente
por todos os praticantes de TT turistico, é um
bom ponto de referência para todos.

Dez mandamentos da condução TT:

1 - Estacionar sempre de forma a não impedir a circulação nos trilhos.

2 - Circular pela direita e facilitar a passagem a veículos que venham a subir.

3 - Abrandar e proceder cuidadosamente ao cruzar ou ultrapassar outro veículo.

4 - Respeitar a sinalização e as áreas protegidas.

5 - Não perturbar a vida selvagem, nem circular fora dos trilhos.

6 - Não deixar detritos.

7 - Conduzir sempre com uma velocidade moderada, adequada às condições climatéricas e ao terreno.

8 - Prestar assistência a outros praticantes que se encontrem em dificuldades.

9 - Respeitar os direitos dos outros.

10 - Ceder a passagem a animais e a cavaleiros.

Na minha opinião existem actualmente muitos praticantes de todo terreno que não se enquadram em nenhuma das vertentes da modalidade.

Refiro-me a todos aqueles que se dedicam à prática de todo terreno, pouco turistico, mais trialeiro e que não é de competição. Este fenómeno está a criar autenticas pistas de trial, criadas de forma anarquica e, construidas pela passagem dos próprios veículos.

Estes locais, devido ao crescimento exponencial do número de utilizadores de internet, que se tem verificado nos ultimos anos, foram muito divulgados atraindo um elevado número de veículos todos os fins de semana. Esta situação tem conduzido à rápida degradação dos terrenos em questão com as inevitáveis consequências ecológicas.

Quem conheceu estes espaços antes de se verificar este fenómeno nota que as agressões à morfologia dos terrenos, alteraram de tal forma a paisagem que, os tornaram pràticamente irreconheciveis em alguns casos. Se uns se encontram em baldios, onde o impacto não é muito significativo do ponto de vista ecológico, outros encontram-se em áreas protegidas onde a transformação a que tem sido sujeitos tem consequências graves.

É óbvio que as autoridades começam a tomar medidas, e somos forçados a reconhecer que era inevitável, que acabam por afectar aqueles que realmente gostam de TT turistico e o praticam com um elevado respeito pela natureza e pelos outros.

Está na hora de colocar alguma ordem nisto, tanto para evitar consequências mais graves do ponto de vista ecológico, como para evitar que a modalidade se torne uma actividade proibida com tem vindo a acontecer noutros países. Aconteceu nos EUA à muitos anos atrás e recentemente na nossa vizinha Espanha onde algumas revistas da modalidade já são forçadas a fazer em Portugal os road books que publicam mensalmente.

Uma solução para este problema consistia na organização dos praticantes desta nova vertente da modalidade em clubes que, em contacto com as autoridades locais, definissem zonas adequadas para a prática da modalidade, possibilitando assim a recuperação dos terrenos, reduzindo ao minimo o impacto ambiental desta prática.

Como esta solução dificilmente será alcançada antes que surjam as proibições, as multas pesadas e a apreensão dos veículos, sugiro a todos que se mantenham na prática do TT turistico dentro dos parametros aceites internacionalmente, e vulgarmente conhecidos como os dez mandamentos do todo terreno turistico.

Entretanto, para aqueles que preferem a prática de actividades mais radicais perto de casa, organizem-se em clubes ou inscrevam-se em clubes da vossa zona que estejam interessados em lutar pela construção de pistas apropriadas.

Só inseridos em organizações adequadas poderemos agir junto das camaras municipais. Para que sejam criados os locais adequados à prática desta nova vertente do TT, actualmente apreciada por um elevado número de pessoas, entre as quais me incluo, é necessário que o pedido tenha origem em organizações que representem um número significativo de cidadãos.

Se as camaras municipais gastam fortunas na construção de pistas de skate, que estão sempre às moscas, porque razão não devem criar espaços adequados para a prática desta modalidade?

Vamos organizar-nos e lutar pela nossa modalidade desportiva de eleição.